Saretta cobra explicações do secretário da Saúde sobre falhas na regulação de UTIs em Santa Catarina
Relatório do TCE/SC que apontou problemas estruturais, operacionais e de gestão no fluxo de regulação de leitos

Saretta conduz reunião da Comissão de Saúde e cobra explicações sobre falhas na regulação de UTIs em Santa Catarina
O deputado Neodi Saretta, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, liderou nesta semana uma reunião do colegiado para tratar das falhas apontadas na regulação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva no Estado. A pauta foi motivada por informações divulgadas na imprensa e por um relatório do Tribunal de Contas do Estado que acendeu o alerta sobre a demora no encaminhamento de pacientes.
O encontro contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva, convidado por Saretta para prestar esclarecimentos. O relatório do TCE mostrou problemas estruturais, operacionais e de gestão e apontou que 33% das internações reguladas ocorreram após o período crítico de seis horas, considerado decisivo para evitar agravamentos e mortes.
Saretta cobra alinhamento, transparência e dados atualizados
Durante a reunião, Saretta manifestou preocupação com as divergências entre o relatório do TCE e as informações apresentadas pela Secretaria da Saúde. Ele afirmou que é fundamental compreender os critérios utilizados, o padrão estadual da regulação e o funcionamento do sistema que organiza o encaminhamento de pacientes em estado grave.
O presidente da comissão também questionou o funcionamento do Centro de Informações Estratégicas em Gestão de Saúde, que monitora e distribui pacientes entre os leitos disponíveis. Além disso, solicitou que o documento que a SES encaminhará ao Tribunal de Contas seja remetido também ao Parlamento. Saretta destacou que o acompanhamento da Comissão de Saúde é essencial para dar transparência, cobrar soluções e garantir melhorias efetivas.
Secretário afirma que relatório usa dados de 2019
Em sua explanação, o secretário Diogo Demarchi afirmou que o relatório do Tribunal de Contas utiliza dados iniciados em 2019, o que, segundo ele, não refletiria a realidade atual. Ele argumentou que o Estado ampliou a capacidade de atendimento na rede e aprimorou processos de regulação e monitoramento.
Demarchi reconheceu, no entanto, que Santa Catarina ainda enfrenta dificuldades históricas na disponibilidade de leitos, especialmente em períodos de alta demanda. A SES informou que o Estado possui mais de 1.400 leitos de UTI ativos distribuídos em 199 hospitais públicos e contratualizados.
Medidas apresentadas pela Secretaria da Saúde
O secretário explicou que a SES está colocando em prática ações como ampliação da capacidade instalada em regiões com maior déficit, melhoria do sistema digital de regulação, qualificação das equipes, revisão de protocolos e integração com hospitais municipais e filantrópicos. Ele afirmou que, desde 2023, alguns períodos registraram escassez de leitos, o que reforça a necessidade de ajustes constantes.
Relatório do TCE alerta para riscos graves
O documento do Tribunal de Contas apontou que o tempo de espera acima de seis horas aumenta o risco de complicações e óbitos. O estudo também identificou falhas de comunicação entre hospitais e centrais de regulação, divergências na classificação de risco e necessidade de padronização de protocolos. O TCE recomendou modernização dos processos e reforço das equipes responsáveis pelo atendimento.
Foto: Giovanni Kalabaide / Agência AL


